Tecnologia belga na planta de compostagem da Prefeitura de Campinas

16 de fevereiro de 2023

Cerca de 100 toneladas de resíduos urbanos por dia, que ao invés de seguirem para aterros sanitários, um dos piores problemas ambientais em área urbana, transformam – se em 30 toneladas de adubo orgânico, rico em nutrientes, utilizado em jardinagem e agricultura: esses são os números globais da operação da Usina Verde de Compostagem da prefeitura do município de Campinas (SP).

A Usina Verde de Compostagem de Campinas é a maior planta de compostagem em atividade no Brasil no setor público, e tem como elemento tecnológico básico e primordial, o compostador da fabricante belga Menart, que revolve e possibilita a aeração das leiras onde são dispostos resíduos para sua transformação no composto orgânico. Também conhecido como revolvedor de leira, o compostador modelo SPM-55, autopropelido, tem capacidade para revolver 2.500 toneladas por hora de materiais, em leiras com até 5,5m de largura e 2,5m de altura (em seu portfólio a Menart disponibiliza esse e outros modelos de compostadores, com capacidade para processar até 7.000 toneladas de material por hora, podendo ser autopropelidos ou acoplados a tratores).

O equipamento de alta performance foi fornecido pela Máquina Solo, que incluiu ainda a entrega de um triturador e uma peneira. “Ficamos muito felizes por contribuir fornecendo equipamentos de alta performance para um projeto de grande escala que é a Usina Verde de Campinas. Em meus quinze anos de atuação no segmento de compostagem, esse é o primeiro projeto público de compostagem de lodo de esgoto e reaproveitamento de podas de árvores em grande escala em operação no Brasil”, relata Maycon Pereira, CEO da Máquina Solo. “É um projeto completo, possui uma infraestrutura espetacular, com pátio decompostagem coberto e a céu aberto, equipamentos corretamente dimensionados, gestão operacional e técnica”, ele acrescenta.

Também é importante ressaltar que esse projeto foi elaborado por meio de um convenio entre a Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Campinas, Sanasa, a Ceasa e o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), que também disponibilizou em sua área, 17 hectares dentro da Fazenda Santa Elisa para o funcionamento do projeto.

Atualmente os serviços operacionais são realizados pela empresa MB Engenharia, além de oferecer suporte técnico agronômico por meio da empresa de consultoria MK2R, que trabalha para garantir tanto a qualidade do processo quanto o atendimento das normas das autoridades ambientais e do Ministério da Agricultura. “É motivo de muita satisfação pessoal fazer parte da equipe que gerencia esse projeto pioneiro e até agora único”, destaca a Eng. Agr. Katia Beltrame – Diretora Técnica da MK2R.

O adubo orgânico produzido pela Usina Verde, que mescla o lodo de esgoto enviado pela Sanasa, com resíduos verdes provenientes das atividades de poda e jardinagem realizadas pelo município (brevemente incluirá também resíduos vegetais, como: restos de frutas e verduras provenientes da unidade do Ceasa, também parceira no projeto), é utilizado em lavouras nas quais cultiva feijão, soja e amendoim, entre outros vegetais, além de ser utilizado também em atividades de jardinagem da Prefeitura de Campinas, tendo como coordenação geral do projeto Ernesto Dimas Paulella, Secretário Municipal de Serviços Públicos, e o Alexandre Gonçalves, diretor do Departamento de Limpeza Urbana.

Com esse projeto a prefeitura proporciona um enorme ganho a sustentabilidade para a cidade, por eliminar a necessidade de dispor em aterros sanitários esses resíduos. Além de contribuir com o meio ambiente, essa atividade gera uma economia expressiva de R$1 milhão por mês ao município.

E recentemente o MAPA (Ministério de Agricultura e Abastecimento), concedeu o registro para a Usina Verde de Compostagem de Campinas comercializar o adubo orgânico, e assim gerar uma receita para o município.

Empregando cerca de cinquenta pessoas, o projeto tem também impactos sociais, além de significativos benefícios ambientais, por reduzir a necessidade de aterros e adubos químicos, e proporcionar a volta à natureza, de forma rápida e direta, daquilo que essa mesma natureza gera. “É a Economia Circular colocada em prática”, enfatiza Pereira, CEO da Máquina Solo.